É, de certa forma, uma surpresa que o Phenibut seja vendido livremente em farmácias da Rússia e da Ucrânia. Em terras orientais, é um medicamento indicado para tratar a insônia e aliviar a tensão. Ao mesmo tempo em que é poderoso, ele também é perigoso.
Embora não seja aprovado como medicamento na maioria (se não todos) os países ocidentais, o Phenibut pode ser encontrado pela Internet. Conforme relatos de fóruns online, o Phenibut é principalmente utilizado para diminuir as inibições sociais e debelar a ansiedade [1].
Phenibut vendido em país oriental |
Basicamente, o Phenibut, ao chegar ao cérebro, age como um "irmão gêmeo" do GABA - nosso principal neurotransmissor 'calmante'. Ao usá-lo como se os neurônios fossem tomados por uma enxurrada de GABA - um mensageiro que simplesmente avisa para o seu cérebro ficar mais zen. Em maiores dosagens, estimula a transmissão de dopamina e serotonina [2].
Embora seja descrito como "nootrópico" [2], tal título não parece ser bem substanciado. Claro, é plausível que, em condições estressantes, o uso de um agente calmante melhore o desempenho intelectual. Mas os escassos estudos (ao menos, em inglês) que avaliaram possíveis benefícios cognitivos do Phenibut são em animais. E, ao mesmo tempo, a literatura relata casos de dependência com o uso dessa substância.
Um estudo de caso de 2013 documenta a história de um homem de 35 anos que comprou Phenibut através da Internet a fim de aliviar a ansiedade [3]. Esse paciente já tinha um histórico de abuso de substâncias - ele já tinha enfrentado dependência de álcool, opioides e benzodiazepínicos (drogas como o Rivotril, por exemplo). Usou todos essas substâncias para lidar com o estresse.
Os autores relatam que, quando o paciente apresentou-se à clínica de reabilitação, já usava o Phenibut há 10 meses – com dosagens de 8 gramas/dia. Já havia tentado várias vezes diminuir o uso de Phenibut, mas experimentou ansiedade, agressão e irritabilidade. Ele foi tratado com baclofeno, uma droga de ação farmacológica similar e usada para o tratamento da dependência de álcool.
Um estudo de caso de 2013 documenta a história de um homem de 35 anos que comprou Phenibut através da Internet a fim de aliviar a ansiedade [3]. Esse paciente já tinha um histórico de abuso de substâncias - ele já tinha enfrentado dependência de álcool, opioides e benzodiazepínicos (drogas como o Rivotril, por exemplo). Usou todos essas substâncias para lidar com o estresse.
Os autores relatam que, quando o paciente apresentou-se à clínica de reabilitação, já usava o Phenibut há 10 meses – com dosagens de 8 gramas/dia. Já havia tentado várias vezes diminuir o uso de Phenibut, mas experimentou ansiedade, agressão e irritabilidade. Ele foi tratado com baclofeno, uma droga de ação farmacológica similar e usada para o tratamento da dependência de álcool.
Esses artigos relatam que a abstinência causa alucinações visuais e auditivas, agitação psicomotora, maior sensibilidade à luz e ao som, dor muscular, taquicardia, náusea, tremor e insônia. No Longecity, um fórum em inglês, um usuário relata o uso de até 70 gramas de Phenibut por dia, durante 5 anos.
Esse não é o único relato de caso detalhado na literatura científica. Outros autores reportam abuso, dependência e abstinência de Phenibut, notadamente após a compra via Internet [4, 5, 6].
Embora esses problemas surjam com doses que excedem a dosagem terapêutica - que é 250 mg, conforme as bulas russas - eles chamam a atenção para o potencial de abuso do Phenibut. Aparentemente "inofensivo", a crer pelas propagandas, ele pode causar sérios casos de dependência. Ao mesmo tempo, há poucas evidências científica de que se trata de uma substância com valor nootrópico.
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Referências
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