domingo, 5 de junho de 2016

Respondendo aos céticos sobre nootrópicos: um manual

Afirmar que não existem estudos que fundamentem o uso de nootrópicos em pessoas saudáveis é ignorar anos de Ciência. Clique aqui para ler mais.

Não tem novidade nenhuma aqui. Dizer a alguém que você tem interesse em nootrópicos – ou outras intervenções que visam melhorar a capacidade cognitiva – sempre traz à tona respostas prontas e pensamentos  de quem nunca pesquisou a respeito do tema, mas quer, mesmo assim, opinar com aparente bom senso.

Uma reportagem de TV –  como a que foi ao ar no Fantástico (TV Globo) de hoje – com menos de meia hora de duração e voltada às massas certamente ajuda a popularizar o tema. Só que não necessariamente enriquece o debate racional escorado em evidências científicas o sobre os nootrópicos, podendo embaralhar conceitos e confundir as pessoas.

Para responder os questionamentos e confusões comuns sobre o tema, embarquei na ideia do excelente website Smart Drugs Smarts e elaborei um “manual” de como debater com os céticos. Eu espero esclarecer alguns conceitos e injetar certos conhecimentos que são fundamentais para qualquer conversa inteligente sobre os nootrópicos. A edição é do excelente designer gráfico Thauan Mendes (clique para conferir seu trabalho).











Quer saber mais? Confira meu e-book!


Certamente, vale a pena se aprofundar nos nootrópicos e nas intervenções capazes de aumentar a cognição. O propósito dos nootrópicos é preservar o cérebro e, ao mesmo tempo, a depender da substância, melhorar funções como concentração, memória, aprendizagem, raciocínio, resolução de problemas, planejamento, fadiga, motivação e bem-estar.

Eu investigo - em textos científicos e por meio de experiências pessoais - a eficiência e a segurança dos nootrópicos, no meu e-book, o Turbine Seu Cérebro. Os vários nutrientes que são fundamentais para o bom funcionamento do cérebro também são discutidos.

Além de lhe oferecer as minhas experiências pessoais com os nootrópicos, eu também mostro os vereditos da ciência sobre 16 nootrópicos: como eles atuam no cérebro e em que situações eles são úteis. Tudo isso numa linguagem muito agradável e de fácil entendimento.

Clique aqui para saber mais sobre o e-book.

A ciência que respalda os nootrópicos e que a TV Globo não mostrou

Dizer que não existem estudos comprovando a eficiência dos nootrópicos em humanos saudáveis é emitir um auto-atestado de ignorância. Não há prova científica? Aqui está a prova!

Uma equipe do Fantástico, da TV Globo, foi prestigiada com o Prêmio Roche de Jornalismo, em 2015. Por causa de uma série de reportagens investigativas sobre o câncer de mama, o doutor Drauzio Varella e a jornalista Luciana Osório foram agraciados com um diploma como reconhecimento do trabalho sério e do material bem documentado que eles haviam produzido.

Luciana Osório é a mesma jornalista que assina a reportagem especial do Fantástico que foi ao ar no domingo, 5 – a que falou sobre os nootrópicos. Em uma entrevista ao Roche, a jornalista defendeu que “nas reportagens sobre os temas de saúde, a informação científica é a base que deve sustentar qualquer narrativa jornalística – independente do público que desejamos atingir”.

Trata-se de um excelente princípio a se seguir! Infelizmente (e ironicamente), na reportagem produzida por Luciana no domingo, assisti à um excesso de visões ortodoxas, lugares-comum, vozes de quem não se deu ao trabalho de analisar os artigos científicos e ensaios clínicos disponíveis em bancos de dados on-line antes de opinar sobre um tema em rede nacional. 

De tudo, a narrativa jornalística de Luciana Osório foi pobre em ciência - mesmo que contando com o suporte de "autoridades" de cabelo branco e vestidas em um jaleco -, mas rica em erros fatuais. Também foi enviesada pelo status quo (entenda), embaralhou conceitos sem relação e jamais citou o nome de um único nootrópico. 

A matéria confundiu suplementos que faziam propaganda enganosa com nootrópicos (Genius X e nootrópicos dá no mesmo, né?). E ainda concluiu com um pedido para que fizéssemos como nossos bisavós - pois, obviamente, o conhecimento da ciência não avançou nas últimas gerações. Estudar, trabalhar, se esforçar foram colocados como oposição aos nootrópicos - como se os universos fossem opostos e não se complementassem.

O trabalho da jornalista pode até ser bem-intencionado – mas fez tamanho desserviço ao debate racional e guiado pela ciência sobre o tema que poderia muito bem não ter ido ao ar. Como recém-aprovado em Medicina, é um choque ver a aparente ignorância transparecida pelas "autoridades" que foram consultadas para falar sobre os nootrópicos no Fantástico. 

Eles mostraram profundo desprezo por uma coleção de ensaios clínicos, duplo-cego, controlados por placebo, que enfrentaram o escrutínio da revisão paritária (ufa) - facilmente acessíveis pelo Google Acadêmico - e que concluíam: nootrópicos funcionam. Em pessoas saudáveis. Sem déficits cognitivos. 

Como a própria Luciana disse, mesmo que o público seja massificado, a ciência não deve faltar. Faltou. Não só faltou, foi ignorada por "autoridades" aparentemente desatualizadas e, pior -  sem tino para pesquisa (o que seria mínimo esperado para falar sobre o assunto)! 

Diante desse cenário, resta ao humilde autor desse blog desenhar uma longa lista (embora longe de completa e exaustiva) de estudos científicos que respaldam a eficiência dos nootrópicos. Há uma robusteza de estudos em células de cultura e em animais. Foquei nos estudos sobre nootrópicos em humanos saudáveis - aqueles estudos que "não existem", segundo as fontes consultadas pelo Fantástico. Temos muito a avançar quando o assunto é promover o debate científico racional no Brasil. 

O que a ciência diz sobre o piracetam
O piracetam é um medicamento utilizado hoje no Brasil para tratar distúrbios de atenção e de memória de diferentes causas - como o envelhecimento. A ciência, em ocasiões diversas, reiterou que os efeitos do piracetam ocorrem mesmo em indivíduos saudáveis; já performando no auge de suas capacidades cognitivas. Confira o meu livro aqui para ler minha experiência e estudos científicos sobre as ações do piracetam.