sexta-feira, 24 de julho de 2015

Usei meu cérebro como cobaia para 7 nootrópicos

Nootrópicos: o que eles são e o que eles não são

"O ser humano não vai esperar calmamente por milhões de anos até que a evolução o ofereça um cérebro melhor". Essa citação foi feita pelo químico romeno Corneliu Giurgea, que criou em 1964 o piracetam - o primeiro medicamento nootrópico sintético. 

Até há pouco mais de um ano, eu também não sabia o que eram nootrópicos. Hoje, já não vivo sem eles. Essa palavra é desmembrada em outras duas: "noos" é mente, em grego e "trópico" vem de "trépein", que também em grego significa algo como atração por.

Os nootrópicos são, então, drogas (e aqui considero desde medicamentos sintéticos a extratos vegetais) que tem afinidade pelo cérebro. Só que mais que isso: para uma droga ser nootrópica, ela deve seguir alguns critérios.

Segundo o doutor Giurgea, o nootrópico deve melhorar a memória e o aprendizado, mas sem ter efeitos colaterais significativos ou causar dependência. Isso significa que as smart drugs como Ritalina, Venvanse e Stavigile ficam de fora da lista dos nootrópicos.

Os nootrópicos podem me deixar mais inteligente?

Parece bom demais para ser verdade? Não é irônico demais pensar que, usando a inteligência que a própria evolução nos deu, podemos ficar ainda mais inteligentes (e, com isso, driblar nossas limitações biológicas)? Será mesmo que os nootrópicos nos oferecem um "cérebro melhor", como dizia o químico que inventou o piracetam?

Como funciona a modafinila (Stavigile)?


Conheça o modafinil - chamado na mídia de"anabolizante para o cérebro", "Viagra do intelecto" e "melhorador cognitivo"

        "O homem não irá esperar passivamente por milhões de anos até que a evolução lhe ofereça um cérebro melhor". A frase foi dita por Corneliu E. Giurgea, o criador de uma droga chamada piracetam. Trata-se de um remédio que chegou às prateleiras europeias no início da década de 70. Nos testes clínicos, os voluntários que haviam tomado o piracetam notaram que "podiam pensar com mais clareza" após a droga. 

      E, desde então, o piracetam tem sido empregado no tratamento de problemas cognitivos. A bula brasileira, por exemplo indica-o para os que sofrem de "perda de memória", "distúrbios de atenção" e "dificuldades de aprendizado". 

       Acontece que muitos indivíduos, mesmo não apresentando problemas cognitivos, consomem o piracetam em busca de possíveis benefícios cognitivos. Eles não querem compensar algum déficit, mas, sim, aumentar a memória, a atenção e a fluência verbal. Mesmo que raramente, efeitos colaterais, como nervosismo e aumento de peso, já foram listados para o piracetam. Clique aqui para ler mais sobre o piracetam. 

     De qualquer forma, usar substâncias para estimular a criatividade, a memória ou a vigília não é nada novo. Acontece que, nos últimos anos, temos sintetizado moléculas que jamais existiam na natureza. E estudos da Psicofarmacologia desvendam seus efeitos no humor e cognição de pessoas saudáveis.

O doping intelectual: conheça os estudantes que usam remédio para "turbinar o cérebro"

Concurseiros e vestibulandos usam o medicamento modafinil (Stavigile) para aumentar o rendimento nos estudos e ficar acordado. Confira os relatos 


"Esquece o metilfenidato (Ritalina)! O Stavigile coloca qualquer Ritalina no chinelo" - assim João Pedro* respondeu a uma publicação num grupo de Facebook que reúne pessoas que almejam passar no vestibular para Medicina.

Você já deve saber que a Ritalina é um medicamento estimulante que oficialmente é prescrito no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção. Mas, no mercado negro, a Ritalina é tradicionalmente abusada por vestibulandos e concurseiros. A preferência, como aponta João, tem mudado em direção a um remédio mais moderno: o Stavigile, cujo princípio ativo é a modafinila ou modafinil.


O Stavigile é também um medicamento controlado, mas indicado no tratamento de um raro distúrbio de sonolência excessiva. Ajuda a manter alertas os pacientes que tem ataques de sono diurno.

Só que o modafinil pode fazer mais que estender a quantidade de horas de trabalho – apontou uma dupla de cientistas. Eles viram que, mesmo entre quem dormiu suas oito horas, droga melhorou o desempenho na execução de testes mentais extenuantes ou que exigem muita atenção.

Já dá para entender o apelo em cenários salas de aula e nos cursos preparatórios, ou ainda entre profissionais que precisam enfrentar longas jornadas de trabalho.

Minha experiência completa com o Piracetam - um relato

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O piracetam é capaz de afiar a memória e melhorar o raciocínio - prometiam cobaias humanas em fóruns. Decidi testá-lo.


Autoria anônimaO texto não constitui endosso ao uso do medicamento descrito. A automedicação apresenta riscos à saúde. Não se automedique


Veja bem: eu não podia reclamar muito da minha memória. Modéstia à parte, consigo reter bem informações na cachola. Também não tenho distúrbios de atenção. Mesmo durante aulas que muitos considerariam maçantes, sou capaz de me manter focado com algum esforço.

Uma mente saudável, você poderia dizer.

Em busca de um elixir mental
Mas não me dei por satisfeito. Passei a me questionar se havia algum jeito - farmacológico - de ampliar as minhas capacidades de raciocínio, concentração e memória - para além do "normal".

Sem a loucura de usar um medicamento controlado, como uma Ritalina da vida. Eu buscava um medicamento de fácil acesso e que apresentasse um bom perfil de segurança.

Parecia ficção científica. Afinal, se existisse mesmo um comprimido que fosse ao mesmo tempo relativamente seguro e eficiente em "aumentar a inteligência" ou coisa assim, ele deveria ser sucesso de vendas. E famoso.

Conhecendo os nootrópicos
Mesmo cético, eu decidi pesquisar pela Internet. Bingo! Descobri, em fóruns estrangeiros, uma legião de entusiastas por nootrópicos. 

O nome soa estranho? É um termo para descrever substâncias das mais diversas que, supostamente, são capazes de aumentar a memória, clarear o raciocínio e beneficiar o cérebro.

O queridinho desses fóruns tinha nome: piracetam. É uma substância desenvolvida em laboratórios nos anos 60 - e que deu origem ao próprio termo "nootrópico" por suas propriedades. Hoje, é vendido em vários países, com indicação para distúrbios intelectuais.

Mas os usuários do piracetam pregavam que a droga deixava o cérebro saudável mais afiado. Websites informais sobre o tema engrossavam o coro: promessas de ajudar a manter a atenção, retenção e recordação de informações.

Os efeitos colaterais, quando a dosagem usual era respeitada, seriam raros e brandos, diziam.

Diante daquelas promessas de leigos, e por não ser um medicamento controlado, eu decidi experimentar o piracetam (e não indico que ninguém faça o mesmo sem aval médico).

A história do Piracetam: uma descoberta acidental que revolucionou a Neurologia


"Nootrópico" ("noos" = mente e "tropéin" = atração por) é uma palavra moderna, cunhada na década de 70. Os nootrópicos são medicamentos ou suplementos que são capazes de aumentar o desempenho cognitivo de seus consumidores – em geral, estes são pessoas que padecem de Mal de Parkinson ou de Alzheimer. 

No entanto, aqueles que não sofrem de doenças neurodegenerativas acabam se interessando pelos nootrópicos, uma vez que eles anunciam a capacidade de melhorar a concentração, memória, percepção e até mesmo proteger o cérebro de danos químicos e físicos.

Para entender um pouco mais sobre os nootrópicos, é necessário voltar um pouco no tempo e visitar a Romênia do século XX. Foi lá que foi produzido o primeiro nootrópico, o Piracetam.