domingo, 29 de abril de 2018

Como turbinar o cérebro com 7 atitudes simples

Quer um cérebro melhor? Então comece a cuidar bem dele.


O quanto você está disposto a sacrificar para conquistar seus sonhos? A Fernanda, estudando para a prova de residência médica, não se incomodava em sofrer para chegar lá. Ela contou:
Sábado eu recebi o resultado do simulado da prova, e foi muito ruim. Fiz 44% do total. Fiquei mal. Decidi estudar mais. 
E estudei. Saí do time do cheerleading (coisa que eu amo) para estudar melhor. 
E aí ontem meu cérebro quebrou. Comecei a sentir uma tontura bizarra. Não achei descrição. Era uma sensação de que o corpo ia, mas a cabeça ficava. Mantive firme. Fui pra aula da noite (...).
Não achei nada que justificasse além de cansaço. (...) Não sei se estou fazendo bem em entregar minha saúde para isso. Ao mesmo tempo, nem passa pela minha cabeça desistir dos meus objetivos. Eu quero. Ponto final.
Pode ser que você se identifique. Ou pode ser que você pense: "que mulher esforçada! Ela está de parabéns!".

Errado!

Estamos sabotando nosso próprio desempenho.
Isso muito tem a ver com o mundo em que vivemos hoje: somos constantemente cobrados a desempenhar, conquistar, realizar: passar no vestibular, concluir a graduação, ser aprovado em X e Y, ganhar mais que Z. 

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Ômega 3 funciona? Aumenta a inteligência?

Ômega 3: é puro placebo ou tem efeitos perceptíveis na atenção e memória? Na verdade, os dois.
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Quem nunca sintonizou na programação vespertina do SBT e sofreu com a voz de taquara rachada da Aracy da TopTherm? Tentando lucrar com suplementos de ômega 3, ela prega: "é um alimento do cérebro, do coração!". O marketing excessivo faz parecer pura história de pescador que o tal ômega deixe o cérebro mais afiado.

Afinal de contas, o ômega 3 funciona? Quem suplementá-lo irá ter algum benefício notável na memória, humor ou concentração? Depende de para quem você pergunta.

Ao consultar os usuários desse suplemento, talvez a maioria lhe diga que não "sentiu" nenhum efeito - logo, ele não funciona. Mas, ao consultar a literatura científica, irá encontrar muitas evidências que o uso crônico de ômega 3, em pessoas jovens e saudáveis, melhora significativamente alguns parâmetros cognitivos, comparado a um placebo. Por que essa diferença? Vamos entender...

O que a ciência diz sobre o ômega 3

terça-feira, 17 de abril de 2018

Creatina na cabeça

Não só para os músculos



A creatina é popular entre os que almejam alguns centímetros a mais de circunferência bicipital. Evidências sugerem que ela não fortifica só os músculos, mas também afia o cérebro.


Vamos deixar isso claro: creatina não é uma droga obscura, feita exclusivamente em laboratório e vendida clandestinamente como anabolizante em lojinhas de suplemento. Tanto que seu próprio corpo já é uma fábrica de creatina. E você também a obtém naturalmente na dieta, em carnes. 

O que se discute, porém, é o seu poder nutracêutico – dosagens maiores de creatina, por suplementação. Elas poderiam promover benefícios tanto na academia quanto nos estudos, segundo pesquisas.

Após a ingestão de creatina em homens saudáveis, nota-se aumento dos seus níveis no cérebro, demonstrando que ela atinge o órgão [1]. Por lá, a creatina atua da mesma maneira que age no músculo em exercício: aumenta a disponibilidade de energia.


Seu cérebro gasta energia para caramba - e essa energia é obtida pela quebra química de uma molécula chamada ATP - adenosina trifosfato. O que a creatina faz é servir como um estoque extra de energia, ajudando a regenerar o ATP quando ele é quebrado. Assim, ela mantém o seu maquinário neurológico funcionando [2]. 

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Como nootrópicos afetam os neurotransmissores?


Nosso cérebro adora categorizar as coisas. Essa tendência não é diferente em fóruns e blogs informais sobre nootrópicos: o grande frenesi é classificá-los de acordo com o neurotransmissor que afeta. A lógica é: se, por exemplo, a acetilcolina é crucial para a memória, então é só aumentá-lo usando nootrópicos colinérgicos que teremos mais memória.

Mesmo alguns autores enfatizam neurotransmissores como "alvos" que devem ser aumentados a fim de potencializar o intelecto [1]. Há um pouco de verdade - mas muitos pecados - quando seguimos esse raciocínio em pessoas com uma cognição "normal".

Como eu disse recentemente, neurotransmissores não são tão previsíveis quanto "serotonina é humor; dopamina é motivação e foco..." - há mil e uma variáveis para se determinar seu "efeito".

Mas há mais que isso: pouca dopamina no córtex pré-frontal poderia causar distração e impulsividade - por apatia e desinteresse. Mas o seu excesso também causaria distração e impulsividade - por hiperatividade. Níveis de neurotransmissores variam o tempo todo em uma única pessoa. E, antes que me pergunte, não existe nenhum exame confiável para você checar tais níveis.



Também tem outra questão: de qual atividade estamos tratando? O gráfico acima compara os níveis de performance de acordo com os níveis de dopamina. Na tarefa em verde - vamos supor: lavar a casa - mais dopamina poderia lhe garantir a energia para uma faxina bem produtiva. Mas esse mesmo estado hiperdopaminérgico prejudicaria o desempenho na leitura e compreensão de um texto [3].