quarta-feira, 8 de novembro de 2023

O que é colina - e por que ela é crucial para o cérebro?

A colina é figurinha carimbada em suplementos alimentares desenvolvidos para aumentar a memória. Não é à toa: a sua ilustre presença é porque ela é um dos nutrientes chaves para a saúde do cérebro. Manter níveis adequados de colina - pela alimentação ou dieta - é fundamental para manter as engrenagens do aprendizado e raciocínio bem azeitadas.

Confira nesse artigo a importância da colina. E também saiba onde obtê-la na dieta e na suplementação.

Por que a colina é tão importante?

A colina é importante para a síntese de acetilcolina

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Ômega 3 (óleo de peixe) faz bem para o cérebro ou é história de pescador?


Você já deve ter visto propagandas de suplementos de ômega 3 prometendo milagres para a saúde do cérebro. Será que a ciência também concorda que esse nutriente pode melhorar o intelecto -- ou suplementar ômega 3 é puro desperdício de dinheiro?

Eu fui buscar as respostas na literatura científica. E nesse artigo, destrincho tudo para você em linguagem fácil. Você vai conferir como o ômega 3 age e também a sua eficácia.

Açaí: a estratégia mais poderosa e simples para melhorar o desempenho cognitivo

Descubra a potente ação nootrópica da fruta nacional. Rico em antocianinas, o açaí é saudável e deixa o raciocínio mais afiado. Fruta é a versão brasileira do blueberry (mirtilo).

"Há apenas um único suplemento essencial para a memória e foco"

Quando eu quero conhecer melhor sobre algum suplemento, não deixo de consultar o website Examine (em inglês). O Examine se afirma como “o maior banco de dados em pesquisas sobre nutrição e suplementos na Internet”. É um portal independente que traz um apanhado científico sobre os efeitos de inúmeros compostos na saúde. 

No seu guia sobre memória e foco, o examine.com elege um único suplemento como “essencial”:

“Há apenas um único suplemento essencial para Memória e Foco: a humilde blueberry”. 

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Alpha-GPC: o que é, efeitos, como age, eficácia e segurança

O que é alpha-GPC?

O alpha-GPC é, de modo simples, uma forma altamente biodisponível de colina, uma vitamina que estimula a memória. Clique aqui para ler meu artigo completo sobre esse nutriente. 

Resumidamente, a colina é chave para fabricar acetilcolina, um mensageiro químico envolvido com a memória e o aprendizado. Além disso, a colina exerce papel na estrutura dos neurônios, pois é necessária para fabricar a membrana neuronal [1][2][3][4][5]

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Pycnogenol / Flebon: o que é, como age e quais seus efeitos no cérebro

O que é o Pycnogenol e Flebon?

Pycnogenol® é um dos mais poderosos antioxidantes naturais. Trata-se de um extrato fitoterápico, obtido a partir das cascas de um pinheiro (Pinus pinaster), que é rico em antioxidantes das classes dos flavonoides e polifenóis. No Brasil, é vendido sob prescrição médica sob o nome de Flebon.

Após ingestão oral, esses compostos antioxidantes ficam elevados por até 14 horas no sangue [1].

Efeitos do Flebon na circulação sanguínea

O Pycnogenol (Flebon) tem muitos efeitos interesses - um deles está em melhorar a dilatação os vasos sanguíneos. Pacientes com doença arterial coronariana que receberam 200 mg/dia de Pycnogenol por 8 semanas tiveram uma melhora significativa do fluxo sanguíneo, de modo superior ao placebo [2].

Melhor circulação significa que oxigênio e nutrientes chegam aonde precisam. Inclusive ao cérebro, que é um "vampirão": ele consome 20% do oxigênio, mesmo tendo 2% da massa corporal. 

Pesquisadores da Universidade de Swinburne (Austrália) explicam que:

“Essa ação de relaxar os vasos sanguíneos e torná-los mais flexíveis não apenas beneficia o cérebro, mas também reduz o estresse do sistema cardiovascular e de todo o corpo, devido a uma melhor circulação” [3]. 

Já pesquisadores da Universidade de South Florida descobriram o mecanismo por trás desses efeitos: o Pycnogenol estimula a produção de óxido nítrico, famoso vasodilatador natural [4].

Ações antioxidantes e antiinflamatórias do Flebon (Pycnogenol)

Como eu te contei ali em cima, esse extrato fitoterápico conta ainda com uma notável ação antioxidante, ou seja, capaz de frear a oxidação dos neurônios. “O cérebro humano é altamente suscetível aos danos oxidativos”, como afirmam pesquisadores [3]. 

Lembra do apetite voraz do cérebro por oxigênio? Isso gera muita oxidação. Assim como a manteiga fica rançosa fora da geladeira, o cérebro, rico em substâncias gordurosas, também pode sofrer o mesmo - algo chamado de peroxidação lipídica. E o cérebro tem menor resserva de antioxidantes [3]. 

Daí que entra o Pycnogenol (Flebon).

O estresse oxidativo tem sido apontado como uma das causas de um declínio da capacidade intelectual. Pesquisadores da Universidade de Chieti-Pescara (Itália) apontam que:

"É possível que em profissionais estressados e muito ativos o aumento do estresse oxidativo possa ser tanto o resultado quanto a causa de alterações (...) nas funções cognitivas, que afetam de modo significativo o estilo de vida, desempenho e possivelmente mesmo a vida pessoal" [5].

O leque de ações é ainda mais ampliado ao se considerar que o Pycnogenol exibe alguns efeitos anti-inflamatórios [9].  

Efeitos do Pycnogenol (Flebon) nas funções mentais

Esses pesquisadores italianos analisaram os efeitos do uso de 150 mg/dia de Pycnogenol no intelecto de adultos saudáveis entre 35 a 55 anos com “estresse oxidativo elevado”.

Após 3 meses, esses adultos tiveram uma queda significativa – na média, 30,4% – nos níveis de substâncias oxidativas, comparado a um grupo que não recebeu Pycnogenol. 

Somado a isso, o uso do extrato aumentou significativamente a memória de trabalho e episódica, atenção sustentada e funções executivas, de modo superior ao placebo.

Outro impacto positivo do Pycnogenol foi na execução de tarefas do dia-a-dia, como lidar com dinheiro e resolver problemas; além de melhorar a performance em tarefas profissionais. 

Quem usou Pycnogenol teve melhora em parâmetros de humor, como maior alerta e contentamento e menor ansiedade [5].

Outros pesquisadores descobriram mais benefícios nm grupo de jovens universitários saudáveis. Eles receberam Pycnogenol (100 mg/dia) por 8 semanas, associado a “um plano de saúde padronizado”. Após 2 meses, tiveram melhoras em testes de foco, memória e funções executivas, comparado a um grupo que não recebeu o extrato.

Também ficaram mais de bem com a vida: sentiam-se mais alertas, contentes e calmos. Nos exames universitários, eles obtiveram pontuações melhores do que o grupo de jovens que não recebeu Pycnogenol [8].

TDAH e declínio cognitivo

Benefícios também foram notados em crianças com TDAH. Um estudo verificou que elas tinham maiores danos oxidativos no DNA quando comparadas a crianças sem esse diagnóstico. 

A suplementação com o Pycnogenol por 1 mês foi capaz de reduzir a oxidação do material genético e aumentar a capacidade antioxidante do sangue. Em paralelo, elas tiveram melhora da atenção [6]. 

Em pessoas saudáveis, entre 55 a 70 anos, o uso de Pycnogenol por 12 meses também produziu efeitos interessantes. O extrato derrubou em 28% os seus níveis de estresse oxidativo. Não houve redução num outro grupo que não recebeu Pycnogenol. 

Além disso, aqueles que consumiram o extrato por um ano tiveram uma melhora em índices de declínio cognitivo, na execução de tarefas do dia-a-dia e nas funções cognitivas [7]. 

Conclusão

Pesquisadores australianos concluíram que:

"Os efeitos biomoduladores do Pycnogenol melhoram vários mecanismos que podem sustentar a cognição, incluindo processos vasculares, anti-inflamatórios, neuroprotetores e antioxidantes. 

(...) Com ensaios clínicos preliminares indicando benefícios em vários domínios cognitivos, incluindo atenção, memória e funções executivas” [3].

O Pycnogenol (Flebon) só pode ser vendido sob prescrição médica. É indicado para tratar problemas vasculares, segundo a bula. 

Referências

[1] Single and multiple dose pharmacokinetics of maritime pine bark extract (Pycnogenol) after oral administration to healthy volunteers – https://link.springer.com/article/10.1186/1472-6904-6-4

[2] Effects of Pycnogenol on endothelial function in patients with stable coronary artery disease: a double-blind, randomized, placebo-controlled, cross-over study – https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22240497/

[3] Assessing the Efficacy and Mechanisms of Pycnogenol® on Cognitive Aging From In Vitro Animal and Human Studies – https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fphar.2019.00694/full#B20

[4] Endothelium-dependent vascular effects of Pycnogenol – https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/9781917/

[5] Pycnogenol® improves cognitive function, attention, mental performance and specific professional skills in healthy professionals aged 35-55 – https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24675223/

[6] Effect of polyphenolic extract, Pycnogenol, on the level of 8-oxoguanine in children suffering from attention deficit/hyperactivity disorder – https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17015282/

 [7] The COFU3 Study. Improvement in cognitive function, attention, mental performance with Pycnogenol® in healthy subjects (55-70) with high oxidative stress. – https://europepmc.org/article/med/26635191

[8] Pycnogenol® supplementation improves cognitive function, attention and mental performance in students – https://europepmc.org/article/med/22108481

[9] Inhibition of NF-κB activation and MMP-9 secretion by plasma of human volunteers after ingestion of maritime pine bark extract (Pycnogenol) – https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1413525/

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

7 suplementos que melhoram a memória e a atenção - segundo a ciência

A ideia de aumentar o poder do cérebro parece digna de ficção científica. Quem não desejaria ter uma memória de elefante, raciocinar com mais clareza e aguçar a concentração? É um quadro pintado, por exemplo, por filmes como "Sem Limites" e que dialoga com a ambição humana de aprimorar suas próprias capacidades. 

E se, como na ficção científica, houvesse uma pílula que ampliasse as capacidades mentais?

"Drogas que melhoram a cognição são também conhecidas como nootrópicos (...) Foi descoberto que alguns (...) também melhoram as funções cognitivas em pessoas saudáveis, como memória, funções executivas, criatividade e motivação", analisam estudiosos no periódico Frontiers in Psychiatry.

Nesse artigo, separei 7 substâncias que, comprovadamente, deixam o cérebro mais esperto. Mas é preciso separar a fantasia da realidade:

  • Não há nada que te transformará num Einstein ou Beethoven do dia para a noite. O impacto dessas intervenções tende a ser mais modestos.
  • Elas também não são isentas de efeitos colaterais, devendo seu uso ser orientado por um profissional da saúde. 
  • As estratégias mais poderosas são essas: boa higiene do sono, práticas físicas e alimentação saudável. Sem isso, usar suplementos para melhorar a cognição é tapar sol com a peneira.
Confira a lista dessas substâncias que a ciência aponta como capazes de beneficiar o cérebro. E não deixe de ler meu livro, Turbine Seu Cérebro, para saber mais!

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Aniracetam: o que é, mecanismo, eficácia e efeitos colaterais

O que é o aniracetam?

O aniracetam é um fármaco considerado nootrópico:

"O aniracetam é membro da classe de drogas dos nootrópicos, que tem um possível efeito de melhorar a cognição", segundo uma descrição publicada no periódico Drugs&Aging.

Esse medicamento foi desenvolvido pela companhia farmacêutica Hoffmann-La Roche no fim dos anos 1970. O aniracetam é prescrito em alguns países europeus para tratar problemas de memória e atenção. No caso do Brasil, essa substância não é aprovada como medicamento. Em consulta no website da Anvisa, não há registro do aniracetam.

Comparação com o piracetam

Por sua estrutura molecular, o aniracetam (N-anisoil-2-pirrolidinona) é classificado como um racetam. Assemelha-se estruturalmente ao nootrópico piracetam, que é o protótipo dos racetams.

Uma diferença entre os dois é o que o aniracetam é mais solúvel em gorduras (lipossolúvel), diferente do piracetam, que é hidrossolúvel. Substâncias lipossolúveis atravessam barreiras biológicas com mais facilidade. Daí, especula-se que o aniracetam seja mais eficaz em penetrar no cérebro.

Ao menos em estudos em animais, "de modo consistente, o aniracetam mostrou-se consideravelmente mais potente que o (...) piracetam", segundo revisão de literatura publicada no Drug Investigation

Em camundongos, por exemplo, o aniracetam teve potência dez vezes maior que a do piracetam em corrigir déficits de memória e aprendizado causados por excesso de dióxido de carbono. Isso significa que doses menores de aniracetam foram necessárias para obter um efeito equivalente ao do piracetam.

Quais os efeitos do aniracetam no cérebro?