DISCLAIMER: O Noopept não é registrado na Anvisa. Exceto sob autorização de um médico, não importe e faça uso dessa substância. Esse artigo tem apenas fins de conhecimento e debate.
Noopept. O nome pode não ser comum por aqui, mas, na Rússia, comerciais de TV anunciam que esse medicamento é o "segredo para uma ótima memória" e para uma "mente afiada". Não é seguro dizer que, pela ciência, essas alegações se apliquem a pessoas saudáveis - apesar de muitos relatos de indivíduos sem nenhum problema de memória ou raciocínio que notaram "benefícios" cognitivos com o uso da substância. De qualquer forma, em pessoas que já possuem algum comprometimento na capacidade de gravar informações, o Noopept de fato parece ajudar (com efeitos cumulativos).
Mas onde isso tudo começou? O Noopept é, na verdade, o nome da marca do medicamento. O princípio ativo é uma molécula criada em um laboratório russo no início dos anos 90. O
nome original da molécula - éster etílico da N-fenilacetil-L-prolilglicina -
não é lá tão amigável nem breve, então vamos continuar com Noopept.
O time de
pesquisadores que trouxe o Noopept ao mundo tinha desde o início o objetivo de
criar um medicamento que, além de ter baixa toxicidade, pudesse proteger o
cérebro (isto é, ter qualidades neuroprotetoras), melhorar a capacidade
cognitiva - em especial a memória, concentração e o raciocínio lógico. Essas
habilidades são afetadas naturalmente com o envelhecimento.
Além disso, é claro,
o comprometimento das faculdades intelectuais é um sintoma de um amplo leque de
doenças – em especial, das demências, um conjunto de patologias que se tornam
cada vez mais comuns com o envelhecimento da população. Então, uma droga como a
que os pesquisadores tinham em mente é muito necessária, acima de tudo.
É nessa corrida
farmacológica por uma droga capaz de “turbinar” o cérebro (o que já está prejudicado,
pelo menos) que o Noopept foi concebido. De meados de 1990 para cá, foi
mostrado que a droga cumpre bem o que aqueles pesquisadores buscavam.
Experimentos em ratos e em células de cultura mostraram que o Noopept de fato
protege os neurônios, previne que ocorra a amnésia e também restaura a memória
quanto essa já está comprometida.
O Noopept facilita -
segundo esses estudos - todas as etapas da formação de memória: o processamento
de informações, a sua codificação, o seu armazenamento (consolidação) – dando
suporte à transformação de memória de curto prazo em memória de longo prazo – e
também o resgate das informações (a recordação, de fato). Além de ter se
mostrado seguro nas apurações em animais, a cereja do bolo é que foi mostrado
que o Noopept ainda possui atividade ansiolítica - isso é, combate a ansiedade.
O mais interessante,
para mim, é que o Noopept não é específico ou restrito a uma patologia
específica. O Noopept poderia ser de benefício para um leque muito amplo da
população. Os dados pré-clínicos mostram que o Noopept poderia em muito ajudar
aqueles que sofrem de deficiências intelectuais – independente da causa.
Os resultados de uma
pilha de estudos científicos feitos em animais mostram que a molécula é
versátil. Seus benefícios neuroprotetores se estendem a uma multitude de
doenças e transtornos caracterizados pelo comprometimento cognitivo.
Considere, por
exemplo, um estudo que retirou os bulbos olfatórios de ratos (pois é, não está
nada fácil ser um rato de laboratório!). Esse procedimento chamado de
bulbectomia causa déficits na memória e no aprendizado nos roedores. O Noopept,
porém, restaurou a “inteligência” dos ratinhos quando foi aplicado após a
intervenção cirúrgica.
O mesmo benefício de
reverter comprometimentos intelectuais se observa quando se administra o
Noopept em modelos animais de concussão, derrame (AVC), hipóxia cerebral,
estresse oxidativo, excitoxicidade por glutamato, fototrombose do córtex
pré-frontal e lobectomia bilateral frontal. Ou seja, o Noopept funciona em
muitos cenários!
Os pesquisadores
russos que desenvolveram o Noopept podem ser suspeitos em falar – mas eles
atribuem vários predicados a esse nootrópico, incluindo benefícios contra a
ansiedade e depressão. Para você ter uma ideia da altura do pedestal em que o
Noopept está colocado (pelo menos na Rússia), amontoam-se estudos apontando que
se trata de um agente terapêutico com enorme potencial para aplicação no mal de
Alzheimer.
Mas como o Noopept
consegue produzir todas essas benesses? O mecanismo de ação do Noopept - embora
não completamente elucidado - oferece algumas respostas. "A ação do
Noopept é sustentada por seu efeito antioxidante, pela sua atividade
anti-inflamatória, pela sua habilidade em inibir a neurotoxicidade por excesso
de cálcio e de glutamato e por sua capacidade de melhorar a circulação
sanguínea", diz um trabalho de 2002, após fazer um balanço dos estudos
sobre a droga que haviam sido publicados até a época.
Só que mais
impressionante que isso é outra descoberta feita em 2008. Um estudo mostrou que
o Noopept influencia os níveis de uma importante proteína chamada de Fator
Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF, na sigla em inglês). Esse composto
químico, naturalmente secretado no cérebro, é como o melhor amigo dos
neurônios: o BDNF nutre as células nervosas, prevenindo que elas morram. Ao
mesmo tempo, ele é tal como um fertilizante: estimula a neurogênese (criação de
novas células no cérebro).
No hipocampo - parte
do cérebro com papel importante no aprendizado - o BDNF estimula a formação de
sinapses. As sinapses são espaços de comunicação entre os neurônios. Quanto
mais os seus neurônios batem papo entre si – isto é, quanto mais sinapses (e
mais forte tais sinapses forem) – melhor a associação e o resgate de
informações. Em suma, o BDNF contribui para a construção de memórias de longo
prazo.
O BDNF é tão
importante que merece um post apenas para ele (em breve!). Enquanto não há um,
pulo para a conclusão prática: o BDNF é vital para o aprendizado e a regulação
humor. Baixos níveis de BDNF são relacionados a baixa performance cognitiva,
obesidade e depressão.
Nenhuma surpresa para
quem já uniu as peças: o Noopept consegue fazer com que o cérebro fabrique mais
e mais BDNF. Tal efeito foi demonstrado logo após a primeira administração de
Noopept a ratos. O hipocampo dos roedores tinha maiores níveis de RNA
mensageiro dando as instruções para construir novas proteínas de BDNF. O
tratamento com 28 dias de Noopept potencializou o efeito.
Nos últimos anos, as
pesquisas sobre o Noopept estão avançando. Em 2014, foi mostrado que a droga
possui atividade protetora em modelos celulares de Mal de Alzheimer. O Noopept
prevenia a apoptose, isto é, o "suicídio" das células com Alzheimer.
Ainda este ano, a
Ciência também comprovou que o Noopept aumenta os níveis de HIF-1. Essa
molécula (um fator de transcrição) regula a expressão de genes envolvidos na
oxigenação, sobrevivência e proliferação celular.
Enquanto a ciência
avança e descortina a farmacologia do Noopept, cresce o entusiasmo com a
molécula. Mas o Noopept pode ser considerado seguro para uso? Já apontei para o
fato de que os cientistas estão ainda buscando várias peças para fechar o
quebra-cabeças da atividade do Noopept. É uma molécula ainda em sua infância -
e isso é um fator a se considerar. Temos pouco mais de 20 anos de estudos - e
sabe-se lá o que será revelado pela frente!
Dito isso, os estudos
sobre o Noopept que eu citei até agora foram feitos in vitro. Em outras palavras: um cientista
russo maluco analisou algumas células isoladas em uma plaquinha de Petri
sob a lente de um microscópio. O Noopept mostrou ser seguro nesse
cenário.
Todos esses estudos
mostraram um perfil de segurança muito favorável – com os autores recomendando
a aplicação do Noopept em humanos com déficits cognitivos. Ou seja: o Noopept é
uma maravilha em células de cultura e também é uma panaceia para ratos e
camundongos em apuros neurológicos – desde os que perderam os bulbos até os que
estão com o cérebro necrosado.
É claro que esses
modelos animais nos dizem muitos e não são de forma alguma inúteis. No entanto,
não podemos extrapolar os seus resultados com total segurança para humanos.
Então, o que a literatura afirma sobre os efeitos do Noopept para a galera da
espécie Homo sapiens? Amanhã, irei responder a essa pergunta aqui no blog. Até mais!
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Boa noite, Matheus! Em primeiro lugar, deixo os meus mais sinceros votos de parabéns pelo trabalho que vem desenvolvendo, sobretudo em uma área tão pouco explorada, que requer cada vez mais conhecimento, visto que se trata de funções cerebrais. Após pesquisar bastante, resolvi adquirir o Noopept, no site recomendado por você, aqui no blog. Meu suplemento chegou hoje às minha mãos, e gostaria de saber se a colher que o acompanha, já se encontra na dosagem correta de 10 mg por dose, administradas três vezes ao dia.
ResponderExcluirComo leitor assíduo do Blog e com enorme fascínio pela área de que o mesmo trata, aguardo ansiosamente sua resposta e deixo de forma clara, a curiosidade que todos os leitores do blog possuem, em saber um relato pessoal, sobre o uso do Noopept por sua pessoa.
Desde já, grato! Abraços cordiais.
Lucas José, obrigado pelos seus parabéns. Eu fico extremamente feliz em receber o seu reconhecimento da importância deste trabalho.
ExcluirQuero esclarecer que não endosso nenhum site específico, embora tenha comentado por aqui que eu, pessoalmente, tenha comprado o Noopept através de um website estrangeiro.
Ao que me lembro, o Noopept em pó veio acompanhado por um minidosador - supostamente (de acordo com o site), suportando 10 mg de Noopept quando cheio. No entanto, apenas uma balança de precisão atestaria isso. Reitero que é importante consultar um médico antes de iniciar a toma de qualquer medicamento/suplemento. Não é diferente com o Noopept e, mais uma vez, não incentivo seu uso. As informações aqui não tem esse objetivo.
Sobre o meu relato com o Noopept, eu o escrevi aqui: http://www.cerebroturbinado.com/2015/12/noopept-o-racetam-definitivo-parte-iv.html#comments
Eu que agradeço pelo comentário.
Abraço!
Olá Lucas, você comprou o seu Noopept em algum site estrangeiro ? poderia passa-lo ?
ExcluirOlá bom dia Matheus....excelente trabalho! !!...Poderia me passar o site para adquirir o Noopept ?!..aguardo. Sérgio. .sergioortiz77@uol.com.br
ResponderExcluirSergio, não incentivo o uso do Noopept e também não endosso qualquer site específico. Sites estrangeiros (e nunca os brasileiros) oferecem Noopept - mas eles podem ser duvidosos. Oficialmente, empresas na Rússia e na Europa Oriental oferecem Noopept em comprimidos (não tenho conhecimento, porém, da possibilidade e da operacionalização em importar dessas regiões). Consulte um médico para verificar se você pode comprá-lo, dado que o Noopept tem atividade biológica.
ExcluirMateus, vc tem o conhecimento se o noopept tem sinergia com o piracetam? Li num fórum americano que sim..
ResponderExcluirMateus, vc tem o conhecimento se o noopept tem sinergia com o piracetam? Li num fórum americano que sim..
ResponderExcluirVendo NOOPEPT (Star Nootropics) !!!!
ResponderExcluir10g (rende aproximadamente 1.000 doses) 50,00 reais
5g (rende aproximadamente 500 doses) 25,00 reais
Um dos melhores notrópicos!!!
Envio para todo o Brasil.
E-mail para contato: kikasantos387@gmail.com
como saber se é o noopept mesmo ?
ExcluirEu nao arisco....Hj em dia comprar dessa gente é tomar balao mesmo... desconfie
ExcluirTestei pramiracetam, noopept e aniracetam. Destes, considero disparado o melhor nootropico para quem quer se sentir mais feliz, sociável, criativo, focado e inteligente o Aniracetam. Seu efeito é leve, bem leve, mas é real. Afinal, estamos falando de um ajudante, e não de uma droga fortíssima. Eu tomo diariamente faz alguns meses, parece que não funciona mais pois me acustumei com o efeito (suave), mas faz efeito sim. É só você notar que se sente bem. Fique sem tomar uns dias e compare seu humor e seus relacionamentos. Modafinila eu já tomei algumas vezes, o efeito é extremamente potente, mas faz bem mal consumir diariamente, pois é uma anfetamina e atrapalha na produção de melatonina e do hormônio do crescimento. Recomento fortemente o Aniracetam. Para quem quer comprar no Brasil, sugiro o aniracetam.com.br, pois sei que eles entregam o produto verdadeiro, importado de bons fornecedores. Sou químico e conheço bem a textura, o sabor e o aroma e já comprei com eles e estou satisfeito.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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